Um grupo que sofre bastante com as mudanças bruscas de temperatura, principalmente neste período de outono, é o de asmáticos. De acordo com o pneumologista Valter Eduardo Kusnir, do hospital Santa Casa de Mauá, a asma é ocasionada por um processo inflamatório crônico das vias aéreas inferiores - brônquios e bronquíolos -, que pode se tornar agudo. 

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), mais de 235 milhões de pessoas no mundo, entre crianças e adultos, sofrem com a asma e, no Brasil, entre 3 e 5% da população. A doença é a 4ª causa de internação hospitalar no país. 

Ela pode ser alérgica ou não e os sintomas são desencadeados por infecções respiratórias, exposição a alérgenos e compreendem chiados ao respirar, aperto no peito, tosse seca, falta de ar, respiração rápida e curta, além de desconforto torácico. “Para um asmático, é mais difícil expirar do que inspirar, já que o ar viciado permanece nos pulmões provocando sensação de sufoco”, explica Valter Eduardo Kusnir.

O diagnóstico é feito por meio de um exame clínico, histórico familiar e prova de função pulmonar, que avalia a capacidade respiratória. Para o tratamento, geralmente o médico recomenda medicamentos inalatórios, ideais para a asma persistente ou para alívio dos sintomas. Já os imunobiológicos são indicados apenas para os quadros graves que não respondem ao tratamento convencional. 

“Todas as recomendações devem ser acompanhadas pelo autocuidado, com redução da exposição aos fatores desencadeantes e como se trata de uma doença crônica, a asma não tem cura, mas é possível controlá-la e ter boa qualidade de vida”, explica o médico pneumologista. 

Os gatilhos que desencadeiam uma crise asmática são produtos de limpeza, perfumes, fumaça de cigarro, poeira, ácaros e fungos de forma geral, exposição ao frio e ao pólen, entre outros, além de fatores emocionais, como estresse e ansiedade.

Os asmáticos controlados devem praticar atividades físicas e a natação é uma das mais recomendadas, já que fortalece a musculatura respiratória, auxilia na inspiração e expiração. Já as atividades aeróbicas diminuem a inflamação do aparelho respiratório e favorecerem o seu controle.